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Consulta médica na WeWork? Rede de escritórios compartilhados aposta no setor para crescer no Brasil

Apesar do pedido de recuperação judicial nos EUA, a operação segue projetando novos investimentos na América Latina por meio da joint venture com o SoftBank – um deles é a parceria com a Clina.Care

A WeWork no Brasil, uma parte da rede global de escritórios compartilhados, está direcionando seus esforços para o aluguel de espaços destinados a profissionais de saúde, como médicos, psicólogos, nutricionistas e esteticistas.

A partir desta quinta-feira, a empresa iniciará uma parceria com a Clina.Care, uma healthtech especializada no aluguel de infraestrutura para negócios na área da saúde. A utilização desses espaços de saúde ocorrerá através da plataforma da WeWork, permitindo a reserva de consultórios médicos ou outros locais dedicados ao cuidado com a saúde por hora de trabalho.

Fundada em São Paulo em 2020, a Clina.Care começou como um marketplace de consultórios médicos no modelo pay-per-use. A empresa possui uma infraestrutura própria de espaços de coworking para atender profissionais da área de saúde e também aluga espaços ociosos em consultórios médicos de terceiros, como horários entre consultas marcadas.

Com presença em 12 estados em três anos, a Clina.Care possui atualmente 700 espaços cadastrados em sua plataforma, que comportam 12.000 horas de reservas por mês. Os preços começam a partir de 30 reais por hora, com um tíquete médio de 80 reais.

João Lopes Alves, sócio-fundador da Clina.Care, destaca: “Nosso objetivo é contribuir ainda mais para a capilaridade da saúde, rentabilizando ativos ociosos. Estamos fomentando a economia da saúde.”

A incursão da WeWork no setor de saúde segue um investimento da franquia brasileira em contratos de aluguel de curto prazo, visando ganhar clientes e otimizar a gestão de ativos. Esta estratégia também está alinhada ao crescente interesse de investidores em empresas que buscam aprimorar a eficiência dos consultórios médicos.

A WeWork introduziu no Brasil, em 2021, a marca Station by WeWork, permitindo aos clientes alugar espaços por apenas um dia ou algumas horas. Operando por meio de parceiros, o serviço ampliou a capilaridade da WeWork, que conta atualmente com 32 unidades próprias em oito cidades do Brasil.

Apesar da crise enfrentada pela WeWork nos Estados Unidos em 2021, a operação na América Latina, incluindo o Brasil, manteve-se independente e não foi impactada pela recuperação judicial da matriz. A diretora geral da WeWork no Brasil, Bruna Neves, afirma que são uma franquia compartilhando a marca, mas operam de forma independente.

A WeWork Brasil espera continuar seu crescimento em 2023, focando em clientes tradicionais e expandindo seus produtos flexíveis, como os da linha Station. A perspectiva é encerrar 2023 com um crescimento de receita total de 24% para clientes tradicionais e 91% para produtos flexíveis. Para 2024, a empresa planeja expandir ainda mais o modelo de aluguel de estruturas físicas operadas por parceiros, como a Clina.Care, visando aumentar sua presença e receita.

Fonte: Exame

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