Data Mercantil

Além da maquininha: o plano da Stone para dobrar o lucro em quatro anos

A Stone surpreendeu o mercado ao apresentar resultados superiores ao esperado no terceiro trimestre. Segundo a administração da empresa, os investidores podem manter boas expectativas, uma vez que a meta é atingir um resultado anual de R$ 1,9 bilhão até 2024, com projeções que ultrapassam os R$ 4,3 bilhões em 2027, mais do que dobrando a última linha do balanço. Essa ambição foi anunciada durante o Investor Day da empresa, realizado em Nova York na última quarta-feira, 15.

O CEO Pedro Zinner explicou que a Stone construiu um modelo de negócios rentável e gerador de caixa. Agora, a empresa pretende utilizar a eficiência para aprimorar a rentabilidade, focando nas oportunidades mais rentáveis, enquanto mantém o histórico de priorizar a velocidade de crescimento.

O destaque principal recai sobre o segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que ganha ainda mais ênfase. A Stone planeja superar a média de mercado, visando um volume de pagamentos processados (TPV) acima de R$ 600 bilhões em 2027, com uma taxa cobrada por transação (take rate) de 2,7%.

Em uma entrevista à EXAME Invest, Zinner reforçou que a intenção não é alterar a estratégia, mas tornar a execução transparente e concentrada nas oportunidades mais vantajosas. Embora o core business permaneça na adquirência, a Stone busca expandir além das maquininhas de cartão, integrando os negócios de serviços financeiros e software.

A combinação desses setores impulsionará a estratégia de crescimento, com o objetivo de avançar no mercado brasileiro e levar os produtos financeiros aos clientes do negócio de software. Quatro frentes prioritárias foram estabelecidas: varejo, alimentação, farmácias e postos de gasolina, consolidando a Stone como uma solução “one-stop-shop” para seus clientes MPMEs.

Zinner ressaltou: “Estamos dando visibilidade para o mercado sobre as verticais em que vemos a maior possibilidade de extração de valor ao combinar serviços financeiros e software”.

O anúncio reforça a estratégia de integração da Stone com o negócio de software da Linx. Em outubro, a Stone anunciou uma reestruturação para integrar a Linx ao seu núcleo principal, atendendo a uma demanda antiga do mercado por sinais mais claros de combinação de negócios desde a aquisição da Linx em 2020.

A empresa também destacou a vertente de serviços financeiros como a principal alavanca de monetização. Lia Matos, responsável pela estratégia da Stone, afirmou: “Estamos em uma jornada de expansão da plataforma de serviços financeiros que nasceu em pagamentos e vem evoluindo para soluções de banking e crédito. E aí que está a maior capacidade de monetização da br de clientes – o software entra como um diferenciador”.

A vertical de banking recebeu reforço no início do ano, quando a Stone decidiu retomar a concessão de crédito. Após enfrentar desafios em 2021 devido à inadimplência, a empresa agora vê espaço para retomar essa vertente com cautela. O CFO da Stone, Mateus Scherer, destacou que a empresa já possui R$ 113 milhões em carteira de crédito, com a meta de atingir R$ 800 milhões no próximo ano e ultrapassar R$ 5,5 bilhões até o final de 2027.

Além do crédito, a Stone busca crescimento em outros serviços financeiros, atualmente contando com R$ 4,5 bilhões em depósitos e com planos de evoluir para R$ 7 bilhões no próximo ano, visando alcançar R$ 14 bilhões até 2027.

Fonte: Exame

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