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Em maior projeto de sua história, MRV vai construir “bairro-cidade” de R$ 3 bi em SP

Desde sua chegada a São Paulo em 2000, a MRV já vendeu 18 mil unidades em seus projetos na cidade. Agora, a empresa está iniciando um novo ciclo de expansão na capital paulista com foco em um empreendimento ambicioso. A construtora e incorporadora mineira lançou hoje, 1º de novembro, o Cidade Sete Sóis, situado em Pirituba, na zona oeste de São Paulo. Este projeto marca o primeiro empreendimento da empresa sob o conceito de cidade inteligente e é o maior já anunciado pela MRV.

Algumas estatísticas destacam a magnitude desse projeto. Com uma área total de 1,7 milhão de metros quadrados e um investimento de R$ 2 bilhões, o complexo está avaliado em um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 3 bilhões. Ao longo de uma década, está planejado abrigar aproximadamente 30 mil moradores em 11 mil unidades habitacionais.

O CEO da MRV&CO, Eduardo Fischer, expressou sua visão sobre o empreendimento: “Este projeto é um marco para a MRV. É um novo bairro, maior que muitas cidades do Brasil. Poucas empresas teriam não apenas a competência, mas também o apetite para embarcar em uma empreitada dessa magnitude.”

Esse empreendimento começou a ganhar forma há cinco anos quando a MRV se associou à construtora City, que já estava desenvolvendo o projeto no local. O Cidade Sete Sóis Pirituba abrigará 64 empreendimentos residenciais, com todas as unidades enquadradas no programa Minha Casa Minha Vida do governo federal. Os apartamentos, voltados para famílias com renda mensal a partir de R$ 3 mil, terão preços variando entre R$ 230 mil e R$ 330 mil, oferecendo unidades de 34 a 45 metros quadrados com diferentes configurações.

A previsão é que a primeira leva desse portfólio, composta por três empreendimentos e mais de mil unidades, comece a ser comercializada na segunda quinzena de novembro. Até 2025, a MRV já planejou lançar mais de 4 mil unidades no complexo, com pelo menos cinco projetos em 2024 e três em 2025, além de outros empreendimentos em fase de legalização que podem ser antecipados.

O Cidade Sete Sóis Pirituba também alocará espaço para varejo e serviços, inicialmente prevendo 25 lojas em uma área de 9 mil metros quadrados e outros 20 mil metros quadrados distribuídos em sete lotes destinados a essa finalidade. A MRV será responsável por escolher os varejistas e operadores que atenderão à comunidade, não descartando modelos como os strip malls para esses espaços.

Além disso, o complexo contará com recursos de segurança e tecnologia, como câmeras de monitoramento, Wi-Fi em áreas comuns e geração de energia a partir de fontes renováveis. Mais de 20 praças serão disponibilizadas com quadras poliesportivas, pistas de skate, ciclovias, playgrounds, áreas fitness e pet place, entre outras opções. Importante destacar que essas alternativas não estarão limitadas aos moradores, uma vez que o projeto envolve a doação institucional de equipamentos e uma área de 1 milhão de metros quadrados para a prefeitura de São Paulo.

Essas contrapartidas incluem a preservação de 750 mil metros quadrados de área verde e a construção de 15 quilômetros de novas vias, incluindo a interligação entre a avenida Raimundo Pereira de Magalhães e a rua Felipe Pinel, na outra extremidade do empreendimento.

O local do empreendimento também é destacado pela MRV, uma vez que estará próximo a estações da CPTM, à Marginal Tietê e às rodovias Anhanguera e Bandeirantes, com 35 linhas de ônibus disponíveis na região.

A partir deste projeto em Pirituba, a MRV tem outros empreendimentos na linha Cidade Sete Sóis, de cidades inteligentes, em seu radar. Salvador e Rio de Janeiro são os próximos destinos, assim como São José dos Campos, o próximo complexo em São Paulo.

A escolha dessas cidades considera a capacidade de suportar um grande volume de vendas por um período mais longo, a disponibilidade de terrenos e a legislação local menos restritiva a esse formato.

O CEO da MRV&CO enfatiza as vantagens de projetos dessa envergadura, incluindo a capacidade de sustentar equipes comerciais e de produção a longo prazo e uma alocação de capital por unidade menor em comparação com lançamentos tradicionais. Isso pode contribuir para melhorar as margens e reduzir a queima de caixa, que tem sido uma preocupação nos últimos balanços da empresa.

Em relação aos resultados, no terceiro trimestre, a área de incorporação da MRV registrou vendas líquidas de R$ 2,2 bilhões, um aumento anual de 54,5%. O tíquete médio subiu 5,7% para R$ 239 mil, e os lançamentos atingiram um VGV de R$ 1,8 bilhão, uma expansão de 2,9%. No entanto, o grupo como um todo relatou um consumo de caixa de R$ 635 milhões, em parte devido à ausência de vendas na operação multifamily da Resia nos Estados Unidos.

A MRV mantém sua previsão de vender 40 mil unidades anualmente até 2026 e está focada na redução de estoque e na recuperação da rentabilidade afetada pela pandemia. A empresa vê sinais de melhora à medida que novos empreendimentos com preços mais altos entram no mercado, e os projetos de cidades inteligentes são vistos como uma oportunidade promissora para o futuro.

Fonte: Neofeed

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