Data Mercantil

Depois de “consertar” finanças, Veste (ex-Restoque) avança na reforma das lojas

Após ter otimizado com sucesso sua estrutura de capital no final do ano passado, a Veste (anteriormente conhecida como Restoque) tem direcionado seus esforços para a recuperação de suas operações. Com um plano ativo de reestruturação em andamento, a empresa está agora colhendo os frutos de suas iniciativas.

Pelo terceiro trimestre consecutivo, a proprietária das marcas Le Lis, Dudalina e John John conseguiu relatar um lucro líquido, apresentando uma lucratividade aprimorada. Embora esse progresso possa sugerir ideias de expansão, o CEO Alexandre Afrange assegura que a empresa permanecerá no curso atual.

A intenção é se manter com os pés no chão. A empresa tem trabalhado diligentemente para resgatar a essência fundamental das marcas, que havia sido um pouco diluída durante anos de turbulência. Uma das áreas-chave de foco é a renovação de suas lojas.

“Redescobrir a essência implica em proporcionar uma experiência ao cliente alinhada com a identidade pretendida da marca: produtos que vendem pelo preço certo, estilos de roupas personalizados para cada marca e uma identidade de marca clara”, explica Afrange à NeoFeed. “Com os novos conceitos de loja, completamos o ciclo de renovação.”

A empresa antecipa concluir a reforma de 34 lojas até o final do ano. Quaisquer possíveis novas aberturas de lojas serão abordadas com cautela. As renovações estão concentradas principalmente nas lojas mais lucrativas. No caso da Le Lis, por exemplo, as renovações visavam infundir um senso de sofisticação, com ambientes mais iluminados e designs arquitetônicos contemporâneos.

“Dentre o total de 182 lojas, esperamos ter concluído cerca de 44 renovações de lojas com os novos conceitos para cada marca entre o ano passado e o final de 2023”, afirma Afrange. “Isso não significa necessariamente que tenhamos alcançado nossa escala ideal, mas não estou focado em expandir o número de lojas.”

Ele observa que os processos de recuperação da essência e reestruturação foram concluídos com êxito para Le Lis e BoBô, que registraram aumentos de vendas de 16% e 37,9% em comparações de “mesmas lojas” (considerando unidades operacionais há mais de 12 meses), respectivamente.

No caso da Dudalina, ele afirma que o processo está “evoluindo muito bem”, com um crescimento de 12,5% nas vendas em “mesmas lojas”. O desafio está com a John John, onde o processo ainda está em estágios iniciais. A marca sofreu uma queda de 10,2% no segundo trimestre.

Além das estratégias relacionadas às lojas, Afrange destaca a aspiração da Veste de recuperar uma posição mais significativa no mercado de atacado. Para alcançar isso, a empresa está investindo em fortalecer seus relacionamentos com os clientes.

No segundo trimestre, as receitas do B2B aumentaram 11,2% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 55,1 milhões. “Nosso segmento de varejo está performando muito bem, e os varejistas estão percebendo isso”, afirma Afrange.

Manter essa trajetória é fundamental para o objetivo da Veste de alcançar um aumento de 50% na receita até 2025, dobrando seu EBITDA organicamente. Marcelo Lima, Presidente do Conselho, reiterou isso após os resultados do primeiro trimestre.

“Estamos buscando diligentemente esse foco, e os resultados do primeiro semestre demonstram que nosso plano operacional é sólido”, comenta Afrange.

No segundo trimestre de 2023, a Veste concluiu com um lucro líquido de R$ 5,1 milhões, revertendo efetivamente a perda registrada no mesmo período em 2022. Ajustado para itens não recorrentes, o lucro totalizou R$ 27,2 milhões.

A receita líquida teve um avanço de 7,4%, atingindo R$ 288,3 milhões, enquanto o EBITDA ajustado alcançou R$ 65,2 milhões, marcando um aumento de 19,5%.

Na quarta-feira, 16 de agosto, as ações da empresa encerraram com um aumento de 2,90% a R$ 19,50. No acumulado do ano, elas tiveram um ganho de 16,6%, elevando o valor de mercado para R$ 2,1 bilhões.

Fonte: Neofeed

Sair da versão mobile