Data Mercantil

“Temos liquidez suficiente”, diz CFO do Magalu

Apostas no Pix e no marketplace fazem parte da estratégia da companhia para reduzir despesa financeira

A Magazine Luiza busca demonstrar ao mercado que não há motivo para preocupações excessivas quanto à sua situação financeira. Conforme divulgado recentemente, o caixa da empresa não se encontra tão escasso como alguns gestores temem. Segundo relato veiculado no Pipeline, excluindo os recebíveis de cartão de crédito, o valor em caixa da varejista se apresenta como sendo menor do que sua dívida de curto prazo, algo que não ocorria há sete anos.

Roberto Belissimo, que desempenha a função de CFO na varejista, argumenta que essa análise não fornece uma visão completa da liquidez da empresa, podendo distorcer a compreensão de sua saúde financeira. Contudo, ele ressalta a prioridade de aumentar a geração de caixa e reduzir despesas financeiras.

No dia de hoje, as ações da varejista apresentaram um aumento de 7,2%, em contraposição à queda de 2,5% registrada ontem.

No encerramento do segundo trimestre, a Magazine Luiza detinha uma reserva de caixa no montante de R$ 8,1 bilhões. Deste total, R$ 5,7 bilhões são referentes a recebíveis de cartões de crédito, enquanto R$ 2,5 bilhões consistem em saldo em caixa e aplicações financeiras. O CFO menciona que esses ativos são altamente líquidos e podem ser convertidos em caixa a qualquer momento, mas não são todos descontados devido a questões fiscais que acarretariam ineficiência tributária sobre os rendimentos financeiros.

Comparado ao trimestre anterior, a posição de caixa atual representa um incremento de R$ 1 bilhão, resultado da melhoria do capital de giro e da entrada de R$ 850 milhões resultantes da renovação da parceria com a Cardif no segmento de seguros. Desconsiderando o efeito não recorrente relacionado à Cardif, o crescimento seria de R$ 200 milhões, totalizando R$ 7,3 bilhões, como explicado por Belissimo.

A empresa está avaliando a possibilidade de utilizar parte desses recursos para abater sua dívida bruta, que atingiu R$ 7,2 bilhões ao final do segundo trimestre. Deste montante, R$ 2,8 bilhões possuem vencimento até o final de 2024. Belissimo afirma que a empresa dispõe de liquidez suficiente para essa finalidade e considera essa uma decisão tática.

Apesar do resultado financeiro líquido negativo de R$ 532,1 milhões no segundo trimestre, que é pior do que há dois anos, a Magazine Luiza se esforça para reduzir suas despesas financeiras. O impacto da queda nas taxas de juros, como indicado pela diminuição da Selic, e a busca por estratégias internas têm a finalidade de atenuar esse cenário.

Belissimo ressalta a importância de ampliar a geração de caixa operacional para minimizar a necessidade de antecipação de recebíveis. O uso do Pix como instrumento de pagamento também é uma abordagem para aumentar a liquidez e mitigar despesas financeiras. A participação do Pix nas vendas online cresceu de 26% para 34% no último trimestre.

Além disso, a empresa está focada em expandir o marketplace, visto que as vendas nesse canal possuem tíquetes e prazos menores, o que contribui para a redução das despesas financeiras. Belissimo observa que mais de 40% das vendas do marketplace são realizadas através do Pix.

A companhia já observou uma redução de R$ 100 milhões nas despesas financeiras no último trimestre, graças a essas iniciativas. Além disso, a Magazine Luiza tem adotado medidas de contenção de gastos, como o fechamento de lojas físicas e centros de distribuição, a fim de concentrar esforços na geração de caixa, redução de despesas financeiras e aumento das margens de lucro.

Atualmente, a empresa possui 1.049 lojas físicas convencionais. De acordo com Belissimo, não há planos para fechar unidades, uma vez que essas lojas desempenham um papel estratégico ao fornecer suporte logístico para o e-commerce e oferecer serviços de crédito.

Fonte: Pipeline Valor

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