Data Mercantil

P&G pretende ir às compras para fortalecer atuação no mercado de saúde

A divisão é embrionária do grupo e ganhou novo status em 2018 quando a P&G anunciou a aquisição do braço de saúde da farmacêutica alemã Merck

A Procter & Gamble, uma gigante em bens de consumo com marcas como Gillette, Pantene e Oral-B, tem buscado alcançar o mesmo reconhecimento e força de mercado com sua unidade de negócios de saúde. Essa divisão ganhou novo status em 2018, quando a empresa adquiriu o braço de saúde da farmacêutica alemã Merck, um negócio que movimentava cerca de 1 bilhão de dólares em vendas de suplementos e vitaminas.

No Brasil, esse novo momento se reflete em um time de 260 profissionais trabalhando em ideias e oportunidades para expandir a área de saúde. Rodrigo Padilla, vice-presidente e gerente-geral da P&G Health Brasil, enfatiza que agora operam quase como duas organizações distintas: a P&G e a Health. As iniciativas para impulsionar a receita incluem a diversificação do portfólio, com destaque para a marca Vick, que responde por 50% do faturamento. A unidade tem crescido em torno de 30% ao ano, e a meta de atingir o primeiro bilhão em vendas pode ser alcançada antes do esperado, possivelmente no ano fiscal de 2024.

Para impulsionar o crescimento, a P&G Health aposta no portfólio de suplementos e multivitamínicos, que possuem um processo mais ágil de entrada no mercado em comparação a medicamentos com prescrição. Além disso, medicamentos como Alginac e Citoneurin, adquiridos da Merck, têm crescido a uma taxa de 30% ao ano. Outro aspecto importante da estratégia é a ampliação dos públicos para os medicamentos, visando desenvolver categorias e estimular novas ocasiões de consumo.

A P&G Health também procura aproveitar a experiência de comunicação de produtos da multinacional para estimular o consumo de novas ocasiões, seguindo o exemplo da marca Vick, que hoje é tratada como uma família de produtos com várias opções disponíveis.

A expansão da divisão de saúde também inclui planos para o crescimento inorgânico, com a empresa buscando aquisições de empresas que tenham presença de marca, potencial de inovação em produtos e capacidade fabril elevada. O Brasil, como o segundo maior mercado de saúde na América Latina, pode ser um alvo para novas aquisições.

A P&G tem ambições globais para a unidade de saúde e espera alcançar 10 bilhões de dólares em faturamento nos próximos 3 anos, com 2 bilhões de dólares provenientes de aquisições. Até o momento, o setor de saúde representou apenas 6% dos 82 bilhões de dólares em vendas registrados pela multinacional no ano fiscal encerrado em junho do ano passado.

Fonte: Exame

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