Data Mercantil

Atacarejos são a bola da vez, mas ele prefere supermercados — e criou aí um negócio bilionário

Sétima maior rede supermercadista do Rio Grande do Sul, a Asun projeta faturamento de R$ 1,5 bilhão neste ano

O setor de supermercados possui diversos modelos em constante evolução, cada um se destacando em determinado momento. Hipermercados, mercadinhos de vizinhança, mercados autônomos, comércio eletrônico e, atualmente, o atacarejo se tornaram a estrela do setor. O atacarejo foi escolhido para lidar com a realidade financeira mais apertada do consumidor e tem impulsionado redes como Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Grupo Koch, de Santa Catarina.

De acordo com a última pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), 47,3% da receita total de R$ 695,7 bilhões do setor vêm do atacarejo. Além disso, 48,1% dos investimentos realizados em 2022 foram direcionados para esse modelo.

Enquanto isso, o supermercado convencional obteve 38,6% do faturamento e 44,4% dos investimentos. É nesse segmento que o grupo Asun, do Rio Grande do Sul, tem encontrado seu sucesso. A empresa é a sétima maior rede de supermercados do estado, com um faturamento de 1,3 bilhão de reais em 2022, um aumento de 30% em relação ao ano anterior.

Embora o grupo também atue no atacarejo com a bandeira Leve Mais Atacado, que representa 20% dos resultados, o presidente do grupo, Antonio Ortiz, afirma que eles não desejam seguir o caminho dos concorrentes nesse segmento. Ortiz destaca que eles são especializados em supermercados, têm o espírito de servir e valorizam o atendimento personalizado aos vizinhos.

Ao longo do tempo, a rede Asun tem se destacado pela variedade de produtos em setores como hortifrúti, açougue e panificação. Além disso, boa parte da receita é obtida durante o verão, com o auxílio das 14 lojas localizadas no litoral. Em 2022, dos 1,3 bilhão de reais faturados, 358 milhões de reais, ou seja, 28%, foram registrados na temporada mais quente do ano.

Ortiz também critica o que ele chama de “vestimenta pobre” do atacarejo, referindo-se à falta de uma experiência e serviços mais confortáveis para os consumidores. Ele também destaca a falta de identidade do modelo e argumenta que, apesar de parecerem mais baratos, os atacarejos não são realmente mais econômicos. Ortiz enfatiza que a Asun tem sido agressiva em termos de preços e também compra em grandes quantidades.

O grupo Asun tem avançado no mercado por meio de uma estratégia que combina a construção de novas unidades próprias com a aquisição de redes como Walmart e Bird, uma empresa sulista. Recentemente, além de adquirir unidades do Carrefour, a Asun abriu 11 lojas entre 2021 e 2022.

No entanto, o crescimento do grupo tem sido afetado pelos aumentos nos custos de construção. Ortiz menciona que antes conseguia construir seis lojas com um investimento de cerca de 15 milhões de reais em materiais, mas atualmente o custo para a construção de apenas um supermercado gira em torno de 7 milhões de reais. Além disso, a incerteza econômica levou a uma revisão dos planos de crescimento, com a maior parte dos investimentos previstos para 2024, quando se espera uma retomada do crescimento econômico no Brasil. Portanto, o ritmo de crescimento do grupo Asun deve diminuir ao longo deste ano, mas estima-se um faturamento de 1,5 bilhão de reais, representando um aumento de 15%.

Fonte: Exame

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