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Dois palestinos mortos em operação das tropas israelenses na Cisjordânia

As forças israelenses mataram nesta quarta-feira (10) dois palestinos acusados de atirar contra soldados no norte da Cisjordânia ocupada, um dia após os bombardeios das tropas do Estado hebreu na Faixa de Gaza que deixaram 15 mortos, o que provoca o temor de uma nova espiral de violência.

O ministério palestino da Saúde identificou as vítimas fatais como Ahmed Jamal Tawfiq Assaf, 19 anos, e Rani Walid Ahmed Qatanat, 24, e informou que eles foram “mortos por tiros da ocupação israelense” na localidade de Qabatiya.

Além disso, um adolescente de 17 anos, ferido por tiros no peito e no abdome, está em condição crítica, segundo o ministério.

O exército de Israel afirmou em um comunicado que “agressores abriram fogo a partir de um veículo contra soldados” durante uma operação.

“Os soldados responderam com tiros na direção dos dois agressores e os mataram”, acrescenta a nota, que cita a apreensão de um fuzil M-16 e de um revólver no local.

O incidente aconteceu um dia após vários bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza que mataram três líderes da Jihad Islâmica e 12 civis, incluindo quatro crianças.

Os ataques provocam o temor de represálias dos grupos armados palestinos, incluindo a Jihad Islâmica, presente em Gaza e também no norte da Cisjordânia.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967.

– Escolas fechadas –

As autoridades israelenses recomendaram aos moradores das cidades na fronteira com a Faixa de Gaza que permaneçam nos abrigos antiáereos, como forma de proteção contra eventuais lançamentos de foguetes palestinos.

As escolas foram fechadas em um raio de 40 quilômetros ao redor do território palestino, segundo a rádio pública israelense.

As forças de segurança de Israel estão se preparando para “qualquer cenário de escalada, em mais de uma frente”, afirmou na terça-feira o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“Eu digo aos nossos inimigos: qualquer escalada da parte deles enfrentará uma resposta devastadora da nossa parte”, acrescentou.

Os incidentes aconteceram menos de uma semana após o anúncio de uma trégua obtida com a mediação do Egito, depois de uma nova escalada de violência entre o exército de Israel e a Jihad Islâmica.

Os confrontos explodiram após a morte de Khader Adnan, um líder do movimento islâmico que passou mais de 80 dias em greve de fome em uma penitenciária israelense.

Em reação aos bombardeios israelenses de terça-feira, o governo do Egito denunciou “agressões que podem deixar a situação fora de controle nos territórios palestinos ocupados”.

O governo dos Estados Unidos pediu uma “desescalada” a todas as partes e o emissário da ONU, Tor Wennesland, chamou de “inaceitável” a morte de civis na Faixa de Gaza, território que enfrenta um bloqueio israelense desde 2007.

Desde o início do ano, 125 palestinos morreram no conflito israelense-palestino.

Também morreram 19 israelense, um ucraniano e um italiano no mesmo período, de acordo com um balanço da AFP baseado nos números oficiais divulgados pelas duas partes.

Fonte: AFP

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