A NSTech adquiriu os 80% restantes da startup Trizy, que desenvolve um aplicativo de gestão de cargas e suporte aos caminhoneiros, anteriormente controlada pela Cosan. Com essa aquisição, a NSTech se torna a proprietária total da empresa e planeja criar um “superapp de logística”, mantendo a marca Trizy e incorporando soluções e ferramentas de outras empresas do grupo.
Atualmente, a NSTech possui 32 aplicativos e softwares diferentes para o setor de logística. A ideia é unificar essas funcionalidades na Trizy, criando um superapp que não existe no Brasil até o momento, visto que as plataformas existentes se concentram em resolver necessidades específicas.
De acordo com o CEO da NSTech, Vasco Oliveira, a empresa já é líder em tecnologia para supply chain na América Latina, mas ainda busca alcançar a liderança em cada segmento, tornando-se o software de referência para cada perfil de usuário desse mercado.
Embora a criação de superapps tenha ganhado mais força durante a pandemia, com bancos e varejistas seguindo o exemplo chinês de WeChat e Alibaba, poucos exemplos se concentraram no B2B ou em um único setor produtivo. No entanto, a NSTech acredita que o superapp da Trizy pode se tornar um modelo a ser seguido nesse setor.
A NSTech tem um vasto portfólio de logística, que inclui marcas como BRK, Buonny, Opentech, LogRisk, Trafegus, Onisys, at&m, Simetrias, Atua, Bsoft, KMM, Hivecloud, Fusion, Praxio, Datamex, Comprovei, Multisoftware, Routeasy, FreteRápido, e-Frete, 99kote, APIPASS, MundoLogística, MundoLogística Educação e I Am Tech, além da própria Trizy.
A aquisição da Trizy é apenas uma das 20 fusões e aquisições que a NSTech realizou nos últimos dois anos desde que a holding foi fundada pela gestora Niche Partners para criar um sistema de atendimento de logística de ponta a ponta. Em 2021, por exemplo, a NSTech adquiriu a fintech de pagamentos eletrônicos de frete, e-Frete, para ser uma espécie de banco dos caminhoneiros.
Os investimentos da NSTech foram feitos com recursos próprios e com o aporte liderado pela Tarpon em 2021, no valor de R$ 500 milhões. No total, a NSTech planeja investir R$ 300 milhões ao longo de 2023. Além disso, espera aumentar sua receita para R$ 1 bilhão este ano, em comparação com os R$ 650 milhões do ano anterior.
O valor total da aquisição da Trizy não foi revelado, mas a NSTech pagou o preço integral em dinheiro, sem permuta de participação. Em janeiro do ano passado, o grupo desembolsou R$ 40 milhões por 20% da startup e acertou que teria a opção de compra para adquirir o restante até o final deste ano. A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) no final de março.
A NSTech não divulgou o EBITDA gerado pela Trizy, mas o resultado da empresa está incluído no balanço mais recente da Cosan Investimentos, veículo da holding para investimento em inovação. No quarto trimestre, as investidas da Cosan Investimentos tiveram um EBITDA total de R$ 1,308 bilhão, mas apenas as gestoras de propriedades agrícolas – Radar, Tellus e Janus – contribuíram positivamente. As outras, que incluem Trizy e Porto São Luís, tiveram um EBITDA negativo total de R$ 22,7 milhões, mas sem detalhar o desempenho de cada uma.
A Trizy já atende a 140 mil caminhoneiros em sua base de usuários. Com a integração, a solução ficará disponível para todo o portfólio de 80 mil condutores já contemplados pelo ecossistema da NSTech. O fundador da Trizy, Guto Malinski, continuará liderando a operação dentro do grupo.
A estratégia da NSTech visa atender desde o comércio e varejo até a indústria, com soluções de transporte rodoviário. O portfólio de clientes da empresa, com 60 mil empresas, inclui gigantes como Dell, Unilever e FedEx, abrangendo diferentes perfis.
Fonte: Pipeline Valor