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Israel tem ‘dia de resistência’ contra reforma judicial, com bloqueios e protestos

Manifestações, piquetes e greves temporárias prometem paralisar Israel nesta quinta-feira (9), chamada de “dia da resistência” pela população.
As ações, que tiveram início com uma tentativa de bloquear a rodovia que dá acesso ao aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, pela manhã, sucedem uma série de protestos massivos contra um projeto de lei apresentado pelo governo de Binyamin Netanyahu que ameaça a autonomia do Judiciário.
A busca por obstruir a chegada aos terminais aeroviários buscava justamente dificultar a chegada do primeiro-ministro ao local. O líder da administração mais à direita da história de Israel embarca de lá para uma viagem de dois dias para a Itália, onde se encontrará com a primeira-ministra Giorgia Meloni.
A polícia liberou a pista por volta das 15h da tarde do horário local (10h do horário de Brasília), após registros de confrontos com manifestantes. No mesmo horário, Netanyahu, que evitou os bloqueios vindo de helicóptero para o aeroporto, reuniu-se com Lloyd Austin, secretário de Defesa dos Estados Unidos, que havia aterrissado no local horas antes.
De acordo com as autoridades, manifestantes bloquearam mais estradas pelo país, sobretudo na capital e na região central do território. Elas alertaram a população de que há possibilidade de interrupções no tráfego de veículos ao longo do dia. Algumas empresas declararam não conseguir garantir entregas na data.
A causa que mobiliza o país há meses é uma polêmica reforma judicial proposta por Netanyahu. Ela permitiria, entre outras medidas, que o Parlamento derrubasse decisões da Suprema Corte por meio de votações com maioria simples —vantagem numérica que a coalizão que sustenta a atual administração, a mais à direita da história de Israel, já possui.
Bibi, como o premiê é conhecido, argumenta que a mudança é necessária para tirar a Justiça das mãos de “magistrados elitistas e tendenciosos”. Na prática, porém, ela daria superpoderes ao primeiro-ministro. Além disso, segundo opositores, o plano minaria a independência do Judiciário, enfraquecendo assim o equilíbrio de Poderes, um dos pilares do Estado de Direito

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