Data Mercantil

BV compra subsidiária e ações da Méliuz, com opção de controle

Depois de ação cair 90% desde o pico em bolsa, sócios vendem participação e fazem acordo que coloca dinheiro no caixa

Desvalorizada na bolsa, a fintech Méliuz acaba de fechar um acordo com o banco BV que pode colocar dinheiro no caixa da empresa e no bolso dos principais sócios executivos. A companhia vinha buscando um comprador para a Bankly, sua subsidiária de banking as a service (BaaS), e assinou um memorando de entendimento em que o BV pode ficar com a operação por R$ 210 milhões. O banco também está adquirindo posição minoritária na própria Méliuz, a R$ 1,50 por ação por 3,85% do capital em transação secundária, e tem a opção de adquirir todas as ações do bloco de controle dentro de 24 meses pelo mesmo valor, corrigido pelo CDI.

A Méliuz vale atualmente em bolsa R$ 1,02 bilhão, mas chegou a ser avaliada em cerca de R$ 10 bilhões no pico, em julho do ano passado. No ano, cai 63%. O preço acordado representa um prêmio de 27% sobre o último fechamento e, considerando também o valor da subsidiária, dá à empresa uma avaliação de R$ 1,5 bilhão, um pouco mais do que a companhia valia quando estreou na B3, em 2020.

Os acionistas vendedores são Israel Salmen e Ofli Guimarães, fundadores da Méliuz, e Lucas Figueiredo. A opção de compra do BV, além do restante das ações do trio (incluindo a posição da Org Investments, veículo de Guimarães), inclui também os papéis de André Ribeiro e Davi Rocha. O bloco detém cerca de 24% da Méliuz.

Na Bankly, o BV pode adquirir inicialmente 51% e tem a opção de chegar a 100% em 90 dias, pelo montante divulgado hoje. Há ainda um acordo comercial entre as companhias, para oferta de produtos e serviços de uma na plataforma da outra. No terceiro trimestre, último balanço divulgado, a Méliuz deu um salto de 67% na receita líquida, para R$ 97,8 milhões, com prejuízo líquido de R$ 18 milhões.

As transações foram feitas pelo banco por meio de seu fundo de corporate venture capital (CVC), veículo que neste ano comprou participação em fintechs como Dr.Cash e Parcelex – aproveitando as correções de valuations para aumentar o portfólio.

Fonte: Pipeline Valor

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