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O que pensam e defendem os ‘pais do Real’, que estão na equipe de transição

Os economistas André Lara Resende e Pérsio Arida foram oficializados como integrantes da equipe de transição do governo Lula para formular, ao lado de Nelson Barbosa e Guilherme Mello, as primeiras medidas econômicas de 2023.

Apesar de serem mais conhecidos como “pais do Plano Real”, a partir do plano “Larida”, o trabalho dos dois não parou em meados da década de 90. Do projeto que estagnou a hiperinflação para cá, ambos amadureceram suas visões econômicas e seus trabalhos e declarações mais recentes apontam em que direção a política econômica de Lula pode ir.

Em meio a muitas especulações, eles não confirmam se estariam elaborando um plano econômico que permita investimento em infraestrutura e social, como pretende Lula, com a criação de uma nova âncora fiscal em substituição ao teto de gastos. Ambos defendem investimentos sociais e a necessidade de qualquer proposta para o país ser acompanhada de reformas para melhorar a eficiência dos gastos públicos. Apesar de terem trabalhado de forma convergente na década de 90, suas visões sobre a política de juros e especialmente sobre a política fiscal se afastaram ao longo dos anos.

André Lara Resende escreveu sete livros desde 1995, sendo que no último, “Camisa de Força Ideológica”, de 2022, ele questiona a teoria macroeconômica dominante, neoclássica. Na política econômica brasileira, o economista é crítico da atual política de juros para conter a inflação e da lei do teto de gastos. Defende um maior endividamento quando se mostra necessário (como agora), desde que o recurso seja bem gasto, com controle e revisões de despesas, ponto considerado central. Sem querer reduzir, mas com o objetivo de simplificar, veja alguns pontos defendidos pelo economista:

Pérsio Arida é um dos nomes preferidos pela Faria Lima dentro da equipe de transição e dos cotados para a equipe econômica de Lula. O principal motivo para isso é o fato do economista misturar perfil acadêmico (de formulador de políticas públicas, como o Plano Real), com a sua experiência em cargos do governo (ele sabe como funciona a máquina), e na iniciativa privada (entende a cabeça do empresário).

Na carreira acadêmica, Arida teve formação no Brasil e no exterior. Em Princeton, trabalhou com o economista Albert Hirschman, que disse para ele durante uma conversa: “É fácil perceber um modelo que está se esgotando. O bom analista observa os modelos que estão surgindo”. Ao lado de Resende, faz parte da escola da PUC-RJ, que ocupou postos chave de comando durante o governo FHC (Armínio Fraga, Pedro Malan, Edmar Bacha). Veja abaixo, algumas de suas visões:

Fonte: BizNews

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