Data Mercantil

Ex-vendedor de porta, ele migrou para o online e já comercializou 1 milhão panos de prato

A história de Victor Souza, 28 anos, no empreendedorismo começou por necessidade. Para custear um tratamento de saúde para a mãe, ele passou a vender produtos de cama, mesa e banho de porta em porta no ano passado, em São Paulo. O negócio cresceu depois que Souza resolveu focar no item que mais vendia, o pano de prato, e apostar em marketplaces. Hoje, o empreendedor comercializa 3.000 panos por dia em sua marca, a Pano a Pano.

Tudo começou quando Souza pediu R$ 200 de aumento na empresa em que trabalhava na área de contabilidade para ajudar a mãe. Após ter a solicitação negada e precisando do dinheiro, criou um empreendimento de repente e sem planejamento. A resolução surgiu de uma reunião de dez minutos com uma tia. Os dois traçaram uma estratégia de negócios, compraram R$ 1.400 em produtos na região do Brás, na capital paulistana, e percorreram a rua em que moravam para vendê-los. “Minha tia foi me ensinando como fazer. Eu não sabia e estava muito nervoso. Foi ela quem bateu à porta e vendeu nas primeiras vezes”, relembra. Naquela mesma manhã, a dupla comercializou cerca de 80% do estoque, conseguindo faturar o dobro do investido.

Depois de conseguir pagar o tratamento da mãe, o empreendedorismo ficou ali. E a certeza veio quando ele viu uma prima empreender em um marketplace de artesanato e teve sucesso ao ir com ela a um evento de vendas. “Eu pensei que poderia vender ali também. Contei para a minha tia, mas ela escolheu não seguir. Dividimos os ganhos e seguimos separados”, explica.

Percebendo que as vendas porta a porta tomavam muito do seu dia, pediu demissão do antigo emprego e decidiu focar ainda mais na jornada empreendedora. O resultado, porém, não foi o que ele esperava. “Eu peguei o seguro desemprego, entrei em um marketplace de artesanato e fiquei por quatro meses tentando vender alguma coisa, mas não dava certo”, conta. A primeira venda foi um pedido de 10 panos que rendeu R$ 0,60 de lucro.

Ele não quis desistir. “Quem vende um vende dois. Fui me aperfeiçoando”, fala. Souza voltou ao Brás, fez um estoque de panos de pratos e, dessa vez, colocou os produtos em vários marketplaces, incluindo a Shopee, que ele classifica como um divisor de águas. “Foi quando meu negócio escalou”, diz. “No primeiro dia, tive 20 pedidos. Depois disso, batemos recorde todos os meses.” O crescimento foi tão elevado que Souza já precisou trocar e ampliar o depósito que usa e contratou mãe, tia e prima para ajudar no empreendimento. O que no começo se chamava Rubber Store mudou para Pano a Pano e ganhou áreas de atendimento, coleta, administrativa e financeira.

Só no marketplace global ele já vendeu mais de 573 mil panos de prato, com pedidos diários de 2 mil itens. A conta total bate 1 milhão de peças comercializadas, com 3 mil vendas diárias.

A estratégia por trás do sucesso de vendas de um produto tão cotidiano é a variedade, segundo Souza. O portfólio tem mais de 80 modelos, dos mais baratos aos mais diferenciados, sendo 60% de itens exclusivos. Além de aumentar seus canais de vendas com o site próprio e outros marketplaces, ele também conta estar sempre de olho nas novidades que surgem no mercado. A Pano a Pano também vende panos para limpeza e de microfibra e hoje te entrega expressa, de até 24 horas.

Com o fortalecimento da marca nas redes sociais, o empreendedor também tem uma agência de comunicação para cuidar das mídias sociais. Com isso, o negócio já alcançou o marco de ter recebido 36 mil pedidos no mesmo dia. “Teve funcionário dormindo na empresa para dar conta.”

Um dos pontos que mais importam para Souza, segundo ele, é o reconhecimento da sua equipe e ajudar a empregar cada vez mais pessoas. “Sempre que eu entrevisto alguém, digo que aquela pessoa está entrando em uma empresa que vai se tornar uma multinacional. Eu quero gerar 100 mil empregos, sou ambicioso. Entendo que sozinho não vou conseguir, mas sonhar alto e sonhar baixo dá o mesmo trabalho.” As expectativas a longo prazo são se internacionalizar e aumentar a equipe.

Fonte: Revista PEGN

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