Data Mercantil

Como esta empreendedora fez as vendas de apliques de cabelo no metrô se tornarem uma rede de sete lojas

Atualmente, a Gaby Hair, empresa fundada por Gabriella Carvalho no Rio de Janeiro, fatura mais de R$ 2 milhões ao ano

Gabriella Carvalho estava grávida e desempregada em 2016. Ela era estudante de pedagogia e professora de uma creche, quando teve um problema de saúde e foi demitida. Para gerar renda extra, vendia roupas e acessórios em grupos no Facebook. Certo dia, seu marido levou um amigo para dormir em casa, na favela Cidade Alta, no Rio de Janeiro. “O amigo vendia cabelos humanos para aplique e disse que eu poderia vender também”, conta Carvalho. Ela investiu R$ 200 em 100 gramas de fios e fez anúncios nos grupos.

Foi assim que a empreendedora passou a vender mechas de cabelo humano, encontrando as clientes em estações de metrô e pontos de ônibus na cidade do Rio de Janeiro. “Comecei a vender em agosto e minha filha nasceu em dezembro. Até na maternidade meu marido estava entregando cabelo para clientes da região, porque anunciei no grupo a região onde eu estava, e as clientes quiseram comprar”, diz a empresária. No ano seguinte, ela conseguiu ter um estande físico, em um box no bairro da Penha. Hoje, a marca Gaby Hair conta com sete pontos, sendo dois lojas de cabelo e cinco que também funcionam como salões. O faturamento anual da empresa atualmente é deR$ 2,160 milhões.

O conceito do salão foi surgindo aos poucos, porque as clientes queriam comprar e aplicar o cabelo com Carvalho. A princípio, em 2018, ela chamou sua própria cabeleireira para trabalhar no segundo piso de um outro box que abriu, em Madureira, apenas aplicando as extensões. Depois, a empresária viu a necessidade de oferecer um serviço mais completo, com coloração e alisamento.

A empresária fez capacitações que também permitem que ela atenda, mas seu foco é em administração e vendas. Pessoalmente, a empreendedora cuida apenas dos casos mais desafiadores tecnicamente, como os de mulheres que sofrem de alopécia androgenética, uma condição que gera perda de cabelo. Os apliques para esses casos são feitos para cobrir o topo da cabeça, local em que as falhas ficam mais visíveis.

A Gaby Hair tem 30 funcionários, que incluem familiares e amigos. Seu irmão e um grande amigo são os dois gerentes da empresa, por exemplo. A costureira responsável pelas telas para os apliques é tia da empresária. “Vemos a necessidade de termos em breve um setor de RH, porque estamos crescendo e expandindo, e queremos captar funcionários capacitados na área, de fora do nosso círculo”, conta.

Os cinco salões da marca ficam nos bairros cariocas Recreio, Copacabana, Vista Alegre, Madureira e Duque de Caxias. Além disso, há uma loja no Centro e uma sala comercial em Vista Alegre, onde Carvalho dá cursos e atende homens que buscam próteses capilares. “Temos uma sala reservada para o atendimento masculino, esse público prefere não aparecer”, diz Carvalho.

A marca também faz vendas no atacado. “Também temos o ‘atacarejo’, que são as clientes que compram a partir de um quilo para revender”, brinca. Um diferencial nas vendas é o atendimento, que conta com chamadas de vídeo caso a cliente queira. “Por ser o cabelo humano um produto caro, esse meio tem muitos golpes. [Pessoas] Já se passaram por nossas vendedoras para roubar dinheiro de clientes no Instagram”. A empresária orienta seus vendedores a aceitarem as vídeochamadas, que passam segurança às compradoras.

As vendas online do “império”, como Carvalho chama sua empresa, funcionam em uma central que conta com cinco funcionários dedicados ao atendimento virtual. “Todo mundo da família vivia de aluguel, e graças à empresa, pude comprar um apartamento para mim e uma casa para minha mãe”, diz a empresária.

Fonte: Revista PEGN

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