Data Mercantil

Memed começa a monetizar prescrição digital após criar base de 210 mil médicos

Healthtech fornecia serviço totalmente gratuito e projeta receita de R$ 12 milhões em um ano com novos modelos de atuação

Uma década após a fundação, a Memed finalmente começou a monetizar a ampla base de usuários que construiu com o serviço de prescrição digital. Com mais de 210 mil médicos e cerca de 4 milhões de prescrições geradas todo mês, a startup controlada pela DNA Capital — a gestora com foco em saúde criada pela família Bueno — e investida da Temasek apresenta um “run rate” de R$ 12 milhões. Ou seja, no ritmo anual da base, essa é a receita que a companhia vai obter em 12 meses.

Até o ano passado, o acesso dos médicos ao sistema de prescrição digital era gratuito. “Começamos a experimentar as alavancas de monetização no fim do primeiro trimestre. Até então, não monetizávamos porque estávamos focados em crescer o produto. Mas estamos entregando muito valor para a saúde e consequentemente podemos capturar parte desse valor”, disse Joel Rennó Jr., CEO da Memed, ao Pipeline.

A companhia ainda tem um pacote gratuito para médicos e instituições de saúde, mas passou a trabalhar com uma versão paga do software e a vender produtos digitais que ajudam nas conexões entre a indústria farmacêuticas, a comunidade médica e os pacientes.

O maior potencial de geração de receita está apenas engatinhando, indicou Rennó. Há três meses, a Memed lançou a Jornada do Paciente, tecnologia que viabiliza a compra dos medicamentos e ou agendamento de exames prescritos digitalmente em poucos cliques. Para isso, a startup está plugada a algumas das principais redes de farmácias (Drogaria São Paulo, Pacheco, Pense Farma) e a drogarias nativas digitais (Farmadelivery, Qualidoc, X-Farmácia, Far.me e Época Cosméticos).

Ao permitir que os pacientes façam exames em laboratórios como o Fleury e comprem de medicamentos a partir da receita digital — o cliente pode optar por receber o produto em casa, usando o serviço de delivery de cada farmácia —, a Memed fica com uma comissão sobre as vendas.

Desde que lançou o serviço, há três meses, a startup fez um GMV de R$ 300 mil, um fração ainda pequena sobre o tamanho do mercado. Estima-se que o mercado de medicamentos movimente R$ 150 bilhões por ano, enquanto os exames girem em torno de R$ 30 bilhões.

Nesse formato de serviço, a startup pode acessar esse mercado e também traz benefícios pra o ecossistema. defende o executivo. “A adesão ao tratamento aumentou em 25% com a Jornada do Paciente”, disse Rennó. O software da Memed, que faz alertas sobre interações medicamentosas, também ajuda a reduzir riscos do tratamento. Em média, o alerta de interações da Memed é acionado a cada cinco horas.

Aos poucos, a venda de medicamentos a partir da plataforma de receitas digitais da Memed vem ampliando o interesse das farmácias. Após os primeiros resultados positivos da tecnologia, a startup decidiu lançar o Memed+, abrindo a possibilidade de aquisições pelo marketplace para qualquer consumidor, e não apenas aqueles recebem uma receita digital da companhia.

“Nada mais é do que a nossa experiência digital para pacientes funcionando como uma loja aberta. Eu aumento meu mercado endereçável, trazendo novas categorias”, disse Rennó. Como a tecnologia da Memed está integrada ao estoque das farmácias, o marketplace da startup também pode ajudar a vender outros produtos das drogarias (como cosméticos), ficando com uma comissão sobre as vendas.

Fonte: ValorPipeline

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