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Com aporte da Monashees, Latú quer levar o seguro cibernético às PMEs

Quando a colombiana Paola Neira ainda estava no colégio, montou um fundo com um grupo de amigos para arrecadar recursos para a festa de formatura. Ao contrário do que ocorre normalmente, a vaquinha não acabou na celebração — transformou-se em um fundo de amigos que passaram a fazer empréstimos, ajudando pequenas empresas da Colômbia a antecipar recursos.

Após a pandemia, muitas dessas companhias passaram a precisar de seguro-garantia, o que despertou a atenção de Neira, que decidiu começar o negócio pelo Brasil, onde o número de pequenas e médias empresas é alto e crescente. Batizada de Latú, a startup acaba de levantar US$ 6,7 milhões em uma rodada seed liderada por Monashees e Charles River Ventures (CRV), firma de venture capital americana que surgiu ainda na década de 1970.

O aporte contou com a participação de ONEVC, Latitud e SV Angels. Os fundadores de Rappi (Simon Borrero, Sebstian Meija e Felipe Villamarin), Addi (Santiago Suarez e Daniel Vallejo), Tul (Enrique Villamarim) também compõe a lista como investidores anjo.

“É uma rodada bem pequena para uma oportunidade tão gigante como é seguro empresarial. Na América Latina, menos de duas empresas entre dez têm alguma apólice”, disse a fundadora da Latú ao Pipeline. Enquanto isso, nos Estados Unidos sete entre dez empresas têm algum tipo de seguro (em média, três apólices).

Formada em economia na Universidade de Los Andes, a empreendedora começou a carreira no Credit Suisse. Depois, passou por uma firma uruguaia de M&A e dívida até se mudar para Dubai, onde começou a se aproximar do mundo de tecnologia atuando como analista de tecnologia e private equity para América Latina Abraaj Group. De volta à Colômbia, Neira se embrenhou no ecossistema de startups e foi uma das líderes do time de tecnologia que desenvolveu a logística da Rappi — nesse período, o Brasil foi uma de suas bases de trabalho —, de onde saiu recentemente justamente para montar a Latú.

Na insurtech, Neira vai aplicar tecnologia para oferecer uma análise de risco capaz de garantir a existência produtos como seguro garantia e contra ataques cibernéticos para as PMES digitais, um nicho pouco explorado.

Na prática, as apólices serão oferecidas por seguradoras parcerias que usarão a tecnologia que vem sendo desenvolvida pela Latú. As coberturas dos seguros devem cariar de US$ 10 mil a US$ 10 milhões. A ideia é atender as PMEs com seguro-garantia, produtos à cibersegurança e apólices contra erros e omissões (D&O) de executivos de pequenas empresas ou startups. O seguro de D&O, muito comum em grandes companhias, é pouco acessível para os demais negócios, uma situação que startup de Neira quer mudar.

Com os recursos da rodada, a startup vai aumentar o time. A expectativa é que as primeiras apólices com a tecnologia da Latú devem ser emitidas até o fim do ano.

Fonte: Pipeline Valor

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