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Balenciaga: o que está por trás da ‘bolsa saco de lixo’ de R$ 10 mil?

O modelo da bolsa, batizado de Trash Pouch chega agora às lojas por 1.790 dólares, ou 10 mil reais na cotação atual

No centro das polêmicas da moda está a Balenciaga. Após lançar um sapato Crocs com salto fino e o famoso tênis que aparenta estar destruído, a marca espanhola acaba de lançar uma bolsa inusitada que remete a sacos de lixo. 

A bolsa foi apresentada durante o desfile de inverno da marca, em março deste ano. O diretor criativo da marca Demna Gvsalia, que é refugiado da Geórgia, trouxe na última apresentação na Semana de Moda em Paris, uma passarela que simulava uma travessia na neve, em referência às dificuldades de fuga dos ucranianos. Entre as peças, algumas estavam manchadas, amassadas e rasgadas. 

O modelo da bolsa, batizado de Trash Pouch chega agora às lojas por 1.790 dólares, ou 10 mil reais na cotação atual, e em três cores disponíveis: total preto, azul com alça preta ou branca com alça vermelha.

Outros itens polêmicos da Balenciaga

Na criativa mente de Demna, qualquer item pode se transformar em um item de moda. Como quando Kim Kardashian apareceu ao desfile da marca, em março, enrolada em fita adesiva. “Você não precisa de roupas da Balenciaga para usar esse look, você só precisa da fita. É engraçado vestir-se sem roupa”, disse Demna à época. 

É o caso do tênis destruído lançado recentemente. Para o estilista, tudo pode ser transformado em moda, incluindo peças não convencionais, e como já disse no passado, suas criações não precisam “ser ‘compreendidas’ pela crítica média de mídia social”.

Batizado de Paris, há dois modelos do calçado: cano alto (10 mil reais) e mule (2,6 mil reais). Os sapatos são cortados na parte superior e tem a lona, a língua e os cadarços desgastados e desbotados, com três cores, vermelho, branco e preto.

Tênis Paris, da Balenciaga: sucesso nas redes (Balenciaga/Reprodução)

Em junho, durante o desfile de moda de graduação da Academia Real de Belas Artes de Antuérpia, na Bélgica, Gvsalia utilizou um saco vazio de Lay’s como bolsa. Sim, a embalagem se tornou um acessório usado debaixo de seu braço como se fosse uma bolsa clutch. 

Após o evento, houve rumores de uma possível colaboração da marca espanhola com a Lay’s. 

Balenciaga: da alta costura para as redes sociais

Em 1917, quando a marca foi criada, a Balenciaga trazia a cultura espanhola para o centro das criações de alta costura, com referências ao flamenco, trajes de matador e aos artistas da época como Diego Velázquez. Inovador, na década de 1950, Balenciaga foi pioneiro em novas silhuetas na moda feminina. Enquanto Christian Dior marcava o corpo das mulheres, Balenciaga deixava os vestidos com volumes e a cintura solta.

Nos anos 1960 a marca perdeu relevância e caiu no esquecimento. Até que dois estilistas conseguiram fazer a marca reviver. O primeiro foi Nicolas Ghesquière, que atuou como diretor criativo de de 1997 a 2012. O segundo foi Demna Gvasalia.

Com forte apelo nas redes sociais, e com diferentes colaborações com outras marcas, a Balenciaga se mantém em alta, assim como em décadas passadas. Mesmo que o tênis Paris pareça destruído, o conceito da marca se perpetua e veste grandes celebridades, como Rihanna e Kim Kardashian, no MET Gala 2021.

As redes sociais são um grande ponto de expansão da marca e sua cultura na moda.

Fonte: Exame

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