Data Mercantil

Piccadilly abre franquias e quer faturar R$ 380 mi em 2022

Presente em mais de 14.000 pontos de venda, a maioria lojas multimarcas, a calçadista gaúcha quer abrir 30 unidades franqueadas em 2022

Por mais de seis décadas, a calçadista gaúcha Piccadilly apostou boa parte de suas fichas nas vendas em lojas multimarcas, como são chamadas as boutiques típicas do interior com um estoque imenso de produtos dos mais diversos fornecedores.

Com essa estratégia, a empresa conseguiu chegar a 14.000 pontos de venda nas cinco regiões do país e com exportações para 100 países.

Toda essa força de vendas colaborou para um faturamento de 136 milhões de reais entre maio e novembro do ano passado. (Esse é um intervalo típico de vendas de uma coleção.)

É um recorde. No período, as vendas foram quase três vezes acima do mesmo período no ano anterior.

Para 2022, a meta de faturamento é de 380 milhões de reais. A julgar pelo desempenho do ano até março, o primeiro semestre deve ter receitas 20% acima das orçadas.

Trata-se de uma reversão e tanto de expectativas num negócio que sofreu o baque da pandemia.

Em 2020, em meio à queda livre na demanda por sapatos por gente enclausurada em casa, a empresa fechou uma fábrica e demitiu centenas de funcionários.

Agora, em meio aos bons resultados do ano passado para cá, a marca vem investindo numa expansão por meio de lojas franqueadas com a marca Piccadilly.

Só no começo do ano foram cinco unidades no Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco, Maranhão e Paraíba. 

Até o final de 2022, serão 30 unidades franqueadas espalhadas pelo país. 

Nos próximos cinco anos, a meta é inaugurar mais de 100 lojas. 

Metade no Brasil e o restante no exterior, com lojas licenciadas. Atualmente, 35% da produção da empresa é vendida para o exterior.

A estratégia vem em linha com a visão da CEO Cristine Grings Nogueira de fortalecer a marca Piccadilly no ponto de venda.

“A Piccadilly já é associada com produtos de qualidade dentro do mix de uma loja multimarca convencional”, diz Cristine, que é da terceira geração da família fundadora da Piccadilly.

O avô dela, Almiro Grings, abriu o negócio em 1955 para atender a demanda por calçados no interior gaúcho, então uma fronteira agrícola para milhares de imigrantes de origem europeia como a família Grings.

De lá para cá, a marca Piccadilly ganhou força muito pelo boca a boca. 

Nas redes sociais da marca, e de lojas multimarcas, são comuns os elogios à durabilidade e conforto dos calçados fabricados pela empresa sediada em Igrejinha, município a 90 quilômetros de Porto Alegre. 

“Temos um bom reconhecimento de marca”, diz Cristine. “Chegou a hora de investir com força nesse ativo construído por tanto tempo.”

Em paralelo ao investimento nas franquias, a empresa investiu no comércio eletrônico, origem da maior parte das vendas no período mais agudo da pandemia.

Por ali, a presença digital da marca está alinhada com a da própria loja multimarca — e, agora, com a dos franqueados.

Desde a quarentena, o site da empresa costuma direcionar clientes para os canais digitais do ponto de venda Piccadilly mais próximo mesmo nos casos em que o canal digital se resume ao número de WhatsApp do vendedor.

“A omnicanalidade no nosso caso serve para reforçar os laços com quem está trabalhando nossos produtos no ponto de venda”, diz Cristine, que assumiu os negócios da família em 2015, no lugar do tio Paulo.

Antes disso, ocupou a cadeira de diretora de marketing da empresa e empreendeu na área de design e comunicação em Porto Alegre.

Cristine está na liderança do negócio ao lado de duas primas: Ana Carolina Grings, vice-presidente e diretora de desenvolvimento da marca, e Ana Paula Grings, diretora financeira.

Fonte: Exame

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