Data Mercantil

Quanto vale uma música? A ideia de US$ 1 milhão que atraiu KondZilla

Strm usa dados e inteligência artificial para monitorar mais de 1 milhão de artistas, facilitando a decisão de investidores — de gravadoras a anunciantes

Quanto vale uma canção? A questão pode parecer filosófica, mas a Strm — uma startup brasileira que usa dados e inteligência artificial para ajudar nas decisões de investimentos na indústria fonográfica — quer oferecer uma resposta objetiva.

Criada por Fernando Gabriel, um engenheiro que trabalha com música há mais de 15 anos — cantor e compositor, o empreendedor comandou uma produtora artística durante uma década —, Strm é uma plataforma que busca traduzir as subjetividades da indústria da música para o mercado financeiro e potenciais investidores, além de trazer insights para gravadoras.

Há três anos em construção, a startup já é uma ideia de um milhão de dólares — literalmente. A musictech acaba de fazer a primeira rodada de investimentos, levantando US$ 1 milhão com grandes nomes do mercado, como KondZilla, Caco Grandino (baixista do NX Zero), Fabio Fakri (primo do Sorocaba, da dupla sertaneja com Fernando) e Henrique Portugal (tecladista do Skank). A Futurum Capital, uma firma de venture capital da qual Fakri é um dos fundadores, também investiu.

Além de Gabriel, a startup conta com outros dois sócios: o publicitário Fernando Gomes e Thiago Lobão, ex-sócio da SP Ventures (uma gestora de venture capital especializada em agro) e CEO da Catarina Capital, firma que gere um fundo de investimentos especializado em ações de tecnologia nos EUA.

A partir dos dados disponibilizados pelos próprios artistas e por plataformas de streaming como o Spotify, a Strm identifica as promessas do mercado da música. O algoritmo traça um diagnóstico com mais de 400 critérios, indicando em que momento da carreira o músico se encontra (de forma bem semelhante aos estágios de investimento de uma startup) e o potencial de crescimento de público.

“A gente gera um score baseado no desempenho dos artistas ao longo do tempo. Nosso algoritmo faz a análise da carreira como um ativo e mostra o potencial de retorno ponderado pelo risco. Esse potencial está relacionado a aderência em plataformas de streaming, storytelling e audiência. Em resumo, um artista é tão grande quanto sua base de fãs”, explica Gabriel.

A plataforma funciona no modelo de Software as a Service (SaaS), oferecendo dados e insights para os próprios artistas e multinacionais da indústria — embora não revele nominalmente, a startup tem as principais gravadoras do mundo como clientes, além de fundos de investimento e escritórios de agenciamento artístico. A startup cobra uma assinatura pelo serviço — de R$ 2.999 por mês para a primeira licença, com adicional de R$ 1.000 por usuário.

Fonte: Valor Pipeline

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