Data Mercantil

Vendas em supermercados começam a desacelerar, informa Abras

As vendas reais dos supermercados brasileiros desaceleraram em junho, mas sustentaram alta no primeiro semestre de 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O Índice Nacional de Consumo Abras (INC Abras) nos lares recuou 0,68% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020. “Já percebemos essa pequena desaceleração no consumo. Isso mostra um ponto de atenção que devemos ter”, afirma Marcio Milan, vice-presidente institucional e administrativo da associação. Segundo ele, foi o primeiro mês no ano em que foi registrado recuo.

Em relação a maio de 2021, a queda no consumo foi de 5,12%, mas Milan pondera que o mês teve mais dias e fim de semana do que junho. No primeiro semestre de 2021, o INC Abras acumula alta de 4,01%, o que foi considerado “positivo” pelo executivo.

Em relação a preços, a Cesta Abrasmercado, que reúne 35 produtos de largo consumo, subiu 1,34% em junho, ante maio, para R$ 662,17, e 22,1% em relação a junho de 2020. No primeiro semestre, a alta é de 4,28%.

Os produtos cujos preços mais aumentaram de janeiro a junho foram açúcar (15,9%), carne dianteiro (13,2%), ovo (12,9%) e café (8,5%). Registraram as maiores quedas pernil (-6,6%), arroz (-4,7%) e óleo de soja (-0,02%). Apenas em junho, no entanto, na comparação com o mesmo mês de 2020, óleo de soja (91,8%) e arroz (50,1%) são os produtos da cesta cujo preço mais subiu.

Como influências para os aumentos, Milan destaca um câmbio que favorece a exportação, um mercado exportador extremamente aquecido e o aumento nos preços de insumos, como milho e soja.

“AGORA, COM A QUESTÃO CLIMÁTICA, A GENTE JÁ TEM SECAS EM ALGUMAS LOCALIDADES E, EM OUTRAS, FRIO E GEADAS MUITO FORTES, QUE AFETAM PRINCIPALMENTE AS PRODUÇÕES DE PROCESSOS MAIS CURTOS, COMO HORTALIÇAS”, ACRESCENTA ELE, CITANDO AINDA COMO ELEMENTO ADVERSO A CRISE HÍDRICA. “ESSES FATORES, CONJUGADOS, ACABAM ELEVANDO O PREÇO DESSES PRODUTOS”, AFIRMA.

O consumidor “com certeza”, diz Milan, “está atento para fazer substituições” de produtos, principalmente trocando marcas “premium” por outras mais acessíveis.

Apesar da melhora no ambiente macroeconômico — em janeiro, a Abras projetava crescimento de 3,9% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sendo que hoje estima 5,2% -, a previsão de alta para o consumo nos supermercados do país foi mantida em 4,5%.

“Isso porque observamos essa pequena desaceleração e queremos ver como se comporta nos próximos meses para, em setembro, fazer uma nova avaliação do crescimento”, explica Milan.

Fonte: BizNews

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