Data Mercantil

Essa startup vai construir prédios de madeira na Vila Madalena, em SP


Se Noé construiu uma arca, por que não utilizar madeira para fazer edifícios? Brincadeiras bíblicas à parte, uma startup brasileira está levando a sério essa possibilidade. Criada em 2019 e batizada de Noah (Noé, em inglês), a construtech planeja iniciar os primeiros empreendimentos no segundo semestre deste ano. Segundo seu fundador, Nico Theodorakis, o objetivo do uso da madeira nas edificações é reduzir o impacto da construção civil no meio ambiente.

“Esta técnica representa uma mudança no paradigma na indústria. A construção é mais sustentável em todas as etapas da cadeia produtiva”, afirma Theodorakis. Como a madeira captura e armazena carbono, uma construção utilizando a tecnologia pode até ter emissões negativas, gerando créditos. Segundo a ONU, o setor de construção civil é responsável por quase 40% das emissões globais de gases do efeito estufa.

A técnica utiliza um produto maderício chamado CLT (madeira laminada cruzada, na sigla em inglês). Trata-se de um tipo de “madeira engenheirada”, como no caso do MDF e do MDP, utilizados em larga escala na produção de móveis, pórem com uma estrutura bem mais forte. O primeiro prédio da Noah, que deverá ser construído no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, terá 11 andares. Mas, segundo a empresa, é possível ultrapassar essa altura.

O uso de madeira oferece outros benefícios além da redução nas emissões. Por serem pré-fabricados, os painéis de CLT reduzem o tempo de obra em até 50%, diz a startup. Por ser mais leve do que uma estrutura em aço ou concreto, o material reduz em 30% o custo de construir fundações para sustentar o prédio. As construções também são mais silenciosas, para alegria dos vizinhos.

No ano passado, a Noah captou 1,6 milhão de reais em uma rodada de investimentos. Theodorakis também é sócio da Alf Realty, incorporadora especializada em imóveis de alto padrão. “Além da questão de conscientização ambiental, a construção é mais precisa e segura do projeto até a entrega, valorizando o produto final, resultando em maior demanda de ocupação e, consequentemente, maior rentabilidade para os envolvidos”, afirma o empreendedor.

Fonte: Exame

Sair da versão mobile